quinta-feira, 29 de abril de 2010

Irmã Cleusa Carolina Rody Coelho


Irmã Cleusa Carolina Rody Coelho, mártir da causa indígena
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Há 25 anos Irmã Cleusa Carolina Rody Coelho, pertencente à Congregação das Missionárias Agostinianas Recoletas (MAR) foi assassinada.
Natural de Cachoeiro do Itapemirim – ES recebeu o hábito religioso no dia 02 de outubro de 1952 e adotou o nome religioso de Sor Maria Ângelis Coelho de São José. Emitiu seus primeiros votos religiosos em 03 de outubro de 1953.
Em 1982, foi autorizada pela sua congregação a assumir a Pastoral Indígena da Prelazia. Mais tarde, foi nomeada coordenadora da Sub-Regional Norte 1 do Conselho Indigenista Missionário (CIME), que abrangia as Prelazias de Lábrea e Coari. Em defesa da terra e da paz indígena, justamente no exercício de seu trabalho missionário, Irmã Cleusa, foi cruelmente assassinada, às margens do rio Paciá. O corpo da Irmã Cleusa foi achado nu e escalpelado. O braço direito tinha sido decepado, a mão direita jamais foi achada; a cabeça e o tórax estavam crivados por mais de cinquenta chumbos de espingarda de caça, além de apresentar costelas quebradas, crânio e coluna vertebral fraturados. Dedicou 32 anos de sua vida missionária ao serviço dos mais empobrecidos: os hansenianos, os presidiários, os cegos, os menores de rua, os índios.
A exumação de seu corpo deu-se no dia 23 de maio de 1991, os restos mortais foram depositados na Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Lábrea - Amazonas. Os ossos do seu braço direito, decepado na hora do crime, estão, desde o dia 02 de junho de 1991, depositados na Catedral Metropolitana de Vitória, quando então foi iniciado o processo de sua beatificação, cujo encerramento se deu na Arquidiocese de Vitória, aos 25 de abril de 1993.
A memória desta mártir não nos pode deixar em paz. Entender essa doação e imitá-la e nossa meta. A doação de Irmã Cleusa, antes de fanatismo ou partidarismo, é conseqüência da opção por Jesus. Optar pelo Senhor é fazer as mesmas opções que Ele. “O mártir é a testemunha mais genuína da verdade da existência. Ele sabe que, no seu encontro com Jesus Cristo, alcançou a verdade a respeito da sua vida, e nada nem ninguém poderá jamais arrancar-lhe esta certeza. Nem o sofrimento, nem a morte violenta poderão fazê-lo retroceder da adesão à verdade que descobriu no encontro com Cristo. Por isso mesmo é que, até agora, o testemunho dos mártires atrai, gera consenso, é escutado e seguido. Esta é a razão pela qual se tem confiança na sua palavra: descobre-se neles a evidência dum amor que não precisa de longas demonstrações para ser convincente, porque fala daquilo que cada um, no mais fundo de si mesmo, já sente como verdadeiro e que há tanto tempo procurava. Em resumo, o mártir provoca em nós uma profunda confiança, porque diz aquilo que já sentimos e torna evidente aquilo que nós mesmos queríamos ter a força de dizer” (cf. Fides et Ratio). Gastar a vida pelos outros é a essência do seguimento de Jesus. Que a lembrança nos mártires não nos deixe dormir em paz.
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Frei Felipe Cruz
São Paulo/SP

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