sábado, 12 de março de 2011

Quaresma: convite a interioridade

A liturgia da Igreja mais uma vez nos propõe um tempo forte, favorável, para uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus. É também momento para redescobrir e aprofundar o sentido do discipulado, convertendo-se para Deus. Na Quaresma, as práticas evangélicas do jejum, da oração e da caridade são, sem dúvida, meios de tornar essa espiritualidade mais autêntica.



No Brasil, especialmente, somos ainda oportunizados, a partir da Campanha da Fraternidade, a superar qualquer dicotomia entre fé e vida. Nesse ano a reflexão e as pistas de ação se pautam, sobretudo no fenômeno do aquecimento global e das mudanças climáticas, que são latentes.



Contudo, nem sempre a nossa prática quaresmal condiz com uma mudança interior, talvez porque essa última, nem chega a se concretizar. Corremos o grande risco de nos prendermos a jejuns, penitências e outras práticas devocionais e esquecer-se de rasgar o coração, como recomendara o próprio Deus pelo profeta.


O convite quaresmal é de fato um entrar para o quarto e fechar a porta. Só quando nos colocamos diante de nós mesmos encontramos Deus. Um Deus que habita no mais íntimo do meu íntimo e que ao mesmo tempo se revela no irmão, na irmã, que sofre, que chora, que morre.


Que a Quaresma, caminho para a Páscoa do Senhor, seja também caminho para a nossa Páscoa!
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Tailer Ferreira
Belo Horizonte/MG

TRILHANDO O CAMINHO

Queridos amigos, nós, os formandos agostinianos, iniciamos nossas atividades de 2011 em fins de janeiro. Desde então estamos construindo um caminho de discernimento e crescimento. Alguns já estão aqui há alguns anos, outros se uniram há pouco, contudo, buscamos ser sempre uma só alma e um só coração orientados para Deus.
  
Santo Agostinho, nosso pai, nos ensina com sua própria vida que o caminho rumo à perfeição é trilhado processualmente. E como em qualquer caminho podemos encontrar dificuldades, incompreensões, perdas, alegrias, ganhos e amigos, com este não nos é diferente. Há pouco havíamos chegado a Belo Horizonte, e já sofremos a perda de Frei Santiago que voou para Deus.

Em São Paulo acolhemos com alegria a profissão dos primeiros votos do noviços de 2010, bem como a entrada de novos noviços, e a sempre significativa presença da Fraternidade Santo Dias, de Diadema.

Em Belo Horizonte, como proposta formativa acadêmica estamos compondo o Núcleo de Estudos Agostinianos, que é uma parceria entre o nosso Vicariato e o Instituto Santo Tomás de Aquino. O método empregado é o estudo, a leitura e a pesquisa sobre as Obras de Santo Agostinho. Inicialmente tratamos do livro Solilóquios, escrito no início da conversão de Agostinho, e agora estamos estudando a fundo uma das obras magnas: As Confissões. Os encontros são propostos por Frei Luiz Antônio, Mestre em Patrística e pela professora Sílvia Maria de Contaldo, Doutora em Santo Agostinho. Além de nós, participam do N.E.A. vários convidados: leigos, mestrandos da PUCMinas, músicos, formandos de outras ordens e congregações religiosas, e as irmãs agostinianas recoletas.

Além de tudo isso, compomos uma única comunidade, que, no entanto, se divide em duas Fraternidades: Fraternidade Santa Mônica e Fraternidade Agostiniana. Nesta ocorre a etapa formativa do pré-noviciado e naquela o aspirantado.

Estas são, caríssimos, as últimas novidades que temos por aqui. Em breve iremos relatar detalhadamente as atividades que faremos na Semana Santa. Estaremos todos em missão, como nos pede nossa mãe Igreja: estado permanente de missão-continental. Que o grande Pai Agostinho interceda por todos vocês que conosco querem caminhar.

QUARESMA, CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011
Fraternidade Agostiniana










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    Luis Hernandes Matos Leite 
Belo Horizonte/MG

QUARESMA: reflexão Agostiniana

É chegado o tempo de conversão! Com esse imperativo partilho este tempo de profundidade, em que somos TODOS convidados para uma maior análise interior, a exemplo do nosso grande pai Agostinho, que relata em suas Confissões a sua busca do criador. Eis que ele buscava a Deus fora, e dentro o criador se encontrava, lá no mais íntimo de seu íntimo, que Agostinho mesmo desconhecia.


Esta beleza tão antiga e tão nova; este Deus atemporal que nunca muda, e não mudando acompanha as nossas mudanças, nossa volatilidade. Fragilidade de nossa condição de humanos, fragilidade não esquecida, mas vivenciada pelo próprio Jesus, em sua peregrinação terrestre. As vivências de Jesus são repletas de significados e sinais da ação transformadora do espírito santo. Ele, que é todo Deus e todo Homem, era capaz de enxergar com profundidade a humanidade de cada ser, de cada homem e mulher.


Homem sensível que se compadecia das dores alheias, que chorava com os dramas vividos pelas pessoas, se alegrava com as manifestações gozosas das mesmas. Homem de profundidade; humanidade e simplicidade, desejáveis de serem seguidas, as mesmas qualidades são sinais, pontos de referências para nossa viagem que percorreremos neste tempo de quaresma, que deve dar início em nosso próprio interior desbravando muitas estradas jamais transitadas, para a partir de então nos lançarmos ao mundo, aos outros numa descoberta social, advinda do outro.

 
Conhecer com profundidade as maravilhas da criação divina, nossa mãe Terra que insistimos tanto em maltratar, mãe que acolhe, que exorta e que pede ajuda em seu sofrimento, que sofre calada enquanto a maltratamos, mas que não omite a dor sentida.. Neste tempo de revisão e transformação interior, que nós possamos juntos também testemunhar, com provas concretas, que a nossa conversão é verdadeira, cheia de significados e cuidados com o que é sagrado. Com o que nos foi dado gratuitamente, a terra e os irmãos.
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Paulo Henrique Cintra
Belo Horizonte/MG

sexta-feira, 11 de março de 2011

TESTEMUNHO VOCACIONAL

"Quando recebi o convite de conhecer o seminário dos Frades Agostinianos fiquei feliz, e com muito entusiasmo, logo aceitei; feliz, pois nunca tinha visitado um seminário, sempre tive sim contato com seminaristas da minha diocese, mas contato com o seminário nunca tive. Gostei muito de ter passado alguns dias com os irmãos, todos são pessoas boníssimas, que realmente fazem com que você se sinta em casa, é muito interessante que lá me deparei com pessoas de diversos lugares do Brasil, cada um com sua cultura, sua maneira de ser, mas todos iguais como filhos de Deus e com o mesmo desejo de servir ao reino não se deixando abater pelo cansaço, e pela saudade de casa. Foi a primeira vez que fiz uma experiência de viver em comunidade, gostei muito, gostei tanto que na hora de retornar para casa o coração pedia para ficar, pois lá, ficaram pessoas que com uma simplicidade na conversa conquistaram-me de tal forma que parecia que já convivíamos há muito tempo.
Na Praça do Papa em Belo Horizonte/MG - cartão postal da cidade.

Todos vivem como verdadeiros irmãos uns se preocupando com os outros, não existe a individualidade cada um tem a sua tarefa. Confesso que realmente me apaixonei pela vida em comunidade e também pela excepcional história de vida de Santo Agostinho, e estou muito ansioso para poder participar do Encontro Vocacional. E quem nunca fez esta experiência faça, pois tenho certeza de que não irá se arrepender. Pois não existe ofício melhor do que servir ao Senhor, e podemos servir de várias formas sendo um Padre, Religioso, Consagrado, Trabalhando em pastorais, etc.... E saiba que irá encontrar muitas dificuldades, mas o importante é não desistir, porque o sofrimento de quem serve ao reino é grande e muito difícil, porém a felicidade que vem de Deus vale muito a pena"!
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Rodrigo Vidal
São Domingos do Norte/ES