quarta-feira, 25 de setembro de 2013

IDE PELO MUNDO E ANUNCIAI O EVANGELHO!


“Os cristãos nada podem desejar mais ardentemente do que servir sempre com maior generosidade e eficácia os homens do mundo de hoje”. 
(Constituição Pastoral Gaudium et Spes)

A missão é algo que revigora nossa vocação, pois ela nos transforma em pessoas mais empenhadas na vivência do Evangelho de Cristo. Ele que, em seu exemplo missionário, propagou as dádivas do Reino dos céus, também nos motiva a partirmos em busca dos menos favorecidos. Que estejamos sempre atentos a ouvir o seu chamado em meio ao sofrimento, onde a criminalidade e tráfico de drogas, ainda são uma triste realidade na vida de muitos moradores das ‘periferias existenciais’, como já nos foi dito pelo Santo Padre, o Papa Francisco. 

E confiantes na graça de Deus, nós, Aspirantes Agostinianos (Alisson, Eberson, José Eduardo e Rivandro) com nosso inquieto coração, subimos todos os sábados ao Morro do Cascalho, com aquele mesmo ardor missionário que nos foi dado pelo Salvador: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16, 15-16) Auxiliamos na Comunidade Nossa Senhora Aparecida – Paróquia Santíssima Trindade, em suas variadas atividades pastorais (catequese, liturgia e visita nas casas), não com o intuito de assumir todos os trabalhos, mas, sermos facilitadores e animar a comunidade a caminhar com suas próprias pernas. 

Subimos ladeiras e degraus com a certeza de que estamos fazendo a coisa certa. O incrível é saber que temos a capacidade de deixar marcas na vida das pessoas. Receber o caloroso abraço das crianças da comunidade e ouvir um “muito obrigado” daquelas mães com o rosto sofrido depois da celebração da Missa é gratificante e compensa o esforço, dá sentido ao nosso caminhar. Acreditamos que não é necessário fazer coisas grandiosas para o reconhecimento de muitos, mas colocando amor nas pequenas ações, conseguimos fazer com que o próximo sinta em sua vida a presença de Deus. 

Somos gratos a Deus pelo chamado e missão que nos foram confiados, e buscando sempre a prática de um dos pilares do nosso carisma Agostiniano, o Serviço a Igreja, queremos ser dóceis e prestativos aos apelos da sociedade. 

José Eduardo de Lima Sá 
Belo Horizonte/MG





segunda-feira, 23 de setembro de 2013

DO DISCIPULADO À MISSÃO, DA MISSÃO AO DISCIPULADO


Como é costume, a Igreja no Brasil dedica o mês de setembro e outubro, respectivamente à Bíblia e à missão. Todo tempo é tempo da Palavra de Deus e de missão. Mas, neste tempo somos chamados a renovar nossos propósitos de discípulos e missionários.

A íntima relação entre a Bíblia e a missão nasce da relação do encontro do discípulo com o Mestre. João no seu evangelho apresenta Jesus como o Mestre e Senhor ao dizer: “Vós me chamais de Mestre e Senhor; dizeis bem, porque sou” (Jo 13, 13). O lugar privilegiado de encontro com este Mestre e Senhor é a Bíblia. O missionário não anuncia outra coisa senão o Mestre, disto nasce a necessidade de estabelecer um relacionamento estreito com o Mestre, para podermos conhecer quem anunciamos.

Como está nossa relação com o Mestre? Quando tempo dedico para me encontrar com ele? Isso é de suma importância, pois disto depende o conteúdo da missão. Ser missionário é anunciar Aquele que é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6) para que todos tenham vida e vida em abundância (Cf Jo 10, 10), em todas as suas formas e diretos.

Diante disto pode surgir a pergunta: como me encontrar com o Mestre? A Eucaristia é o lugar primordial de encontro com Cristo. Mas, quero falar daquele lugar privilegiado que mencionei acima: a Palavra de Deus. Para isso, partilho uma forma de encontro muito utilizada pelos monges, a Leitura Orante (lectio divina), que é simples e fácil. Acompanhemos:


Assim, passo a passo vou conhecendo aquele quem anuncio e tornando a minha própria vida um anúncio. Podemos acrescentar um quinto passo. Um imperativo: “Ide por todo mundo, proclamai a Boa Notícia a toda criatura” (Mc 16, 15), ou seja, ide e anunciai o Cristo, anunciai a Vida.

O discípulo missionário deve ser um homem do silêncio, disposto ao diálogo. É no silencio que aprendemos a escutar a Deus e ao outro. Ser disposto a sair de si, para se doar. O diálogo é imprescindível na missão, pois sem ele não estabelecemos relações e não nos abrimos à dinâmica do discipulado. Sempre temos algo para apreender.

Portanto, exercitemos e cultivemos a experiência com o Mestre por meio da Palavra, a qual nos impele a uma missão, construída sobre o discipulado. Que não seja apenas nestes meses, pois a missão só terminará quando todos tiverem vida e vida em abundância. Enquanto houver injustiça, violência e qualquer atentado contra a vida o anúncio deste Mestre e Senhor tem que continuar. Pois a opção deste Mestre é pelos pobres, e por ser opção do Mestre torna-se opção do discípulo missionário.




Frei Samuel Marques
Diadema/SP